5.12.13

November 16th, 2012.





When was it that it all got so messy? Why is it that our dark side insists on showing up, and screwing up things when we least need it to happen?

Long nights are just like bad traffic. You plan on running away from it, develop your own ways of using short cuts as tools to help you somehow get there without getting delayed or pissed off due to boredom and annoyance…But no…No effort seems to make any difference in such cases. I’ve heard of a theory that would say that normal is abnormal. Being okay and put together only means you do not fit or belong…anywhere. Everybody has their own shadows and ghosts and this means struggling is a big part of the game.  Being able and, besides anything else, willing to put on a fight means you are just okay, you’re just following expectations and fulfilling requirements for running for survivor. 

The bad thing is that one may, on their way, lose their forces and consider quitting as a way of escaping real life. Quitting is simple. It’s so much easier than facing and fighting doubts and fear. Self-sabotage has never been so overrated and never before had people developed such low self-steam as to make them believe that the safety loneness provides them beats any kind of discomfort and anguish a lousy relationship could bring them.


If struggling is part of the game, one should truly consider positive any kind of mess or despair their loved ones bring into their lives. Breathe in and out and live it. Dark days and their twisted nights will keep coming and going. Keep your scars where you can remember them but hidden enough to allow you to move on. Collect your stones...Step off and move on.

20.5.12

A pedido de "Sabrina" rs


Volto, depois de um bom tempo afastada deste cyber-space, movida pela observação do que, acredito, nunca deixará de ser assunto entre os mortais: A busca por "um outro” com quem se queira estar e dividir. É, porque essa história de busca pelo seu outro, sua outra metade, sua alma gêmea, ou grande amor da sua vida já é mais clichê do que as palavras que surgirão nesse texto. Busca-se tanto e tanta coisa, que as pessoas na verdade sequer perguntam-se o que realmente querem; do que realmente precisam. Pior ainda, será que nos conhecemos a ponto de saber o que queremos e do que precisamos? Sabe o sapato que compramos porque está em promoção? Nem é a sua cara ou faz parte do seu estilo mas, ‘putz, U$ 45,00. Vou levar.” O amor, assim minúsculo mesmo, é como a bolsa que todo mundo tem: “Preciso ter uma.”. Levante a mão AGORA quem tiver certeza do que busca em um companheiro (e isso será o mais cute que conseguirei ser hoje). Vejo amigas casadas reclamando do que “sobrou” do casamento delas e lembro da Dra. me dizendo que era aquilo que suas outras pacientes choronas queriam desesperadamente encontrar em um relacionamento. Impossível esquecer também as reclamações de amigas e amigos que dizem não encontrar a pessoa certa, aquela que os aceite como são: 100% alguma coisa. Pessoas queridas, não há quem seja 100% filha, ou dona de casa, ou Diretora de Tributos, ou amiga, mãe de santo, nem Mãe. Se o indivíduo não se enxerga como um sistema composto por diferentes facetas, ninguém o fará. E quem é que vai se atrair por uma caixinha de uma face só? Sem surpresas ou descobertas a serem feitas? Pessoa, Você é Muito. Tem um monte de coisinhas pra serem “futucadas” aí dentro. Abra a caixinha. Dê-se ao desfrute.

Telefonema recebido há pouco de uma Querida: “Escreve, Amiga. Posta lá.
Por favor.”
Ficou bom, Criança? Quero ver responder...
;-)

18.11.11

thirty something women

Vou entrevistar minha mãe.

 É.

 Na próxima vez em que nos encontrarmos.

Preciso desesperadamente conversar com ela sobre a minha infância. Digo, sobre a época em que eu era uma criancinha adorável e ela era a minha mãe e, pelo menos para mim, só isso. Queria saber se isso acontece com todas vocês ou se é coisa minha apenas. Lembro-me da minha mãe assim, bem mãe mesmo, como é hoje ou com diferenças muito sutis.

Dia desses me peguei pensando, e não foi a primeira vez, no quanto acredito estar vivendo meus trinta e poucos anos de maneira diferente do modelo que tinha em mente. Primeiro que, aos 8 anos, quando pensava no tão esperado ano 2000, eu ‘realizava’ que naquele ano eu teria exatos 23 e aquilo me colocava em pânico, como se após os 20 a vida já tivesse sido todo o possível, algo perto do fim. Coisa de menina, acho.  Além disso, por mais que soe egoísta, pouco me recordo do que minha mãe fazia quando tinha a minha idade ou perto disso. Qual era a dela, sabe?

As nossas mães de trintas e quarentas divertiam-se em cursos de culinária e agendando e organizando jantares - e a minha mãe era ótima nisso. Acompanhavam-nos em cursos e nos eventos da escola. Eram conhecidas entre os professores e acompanhavam de perto o nosso desenvolvimento e rotina escolares. Talvez por isso tenhamos crescido tão brilhantes e bem sucedidas.

Mas, como se divertiam? Brincavam conosco no parque e na piscina. Faziam castelos na praia e nos deixavam brincar de cozinhar. Até fingiam não saber que usávamos suas roupas e acessórios em nossas brincadeiras quando não estavam em casa.

E por elas? O que faziam de divertido entre elas? Aquelas mulheres de 30 e tantos anos, tão sérias e comprometidas com sua família e, já não era raro, trabalho. Sérias. É isso. É assim que me lembro. Intocáveis, de certa forma. Eram lindas. Sem progressiva ou drenagem semanal.

E não era a minha mãe. Eram as mães. Ah, lembro-me de que todas eram mães. Senhoras causadoras do sucesso da família. Pareciam fazer a casa funcionar como em um toque de mágica. Maduras e responsáveis. Como as imaginaríamos saltando de pára-quedas ou fazendo cursos de strip tease? Nunca.

Tipo, na boa, a sensação é a de que não cresci.

Nunca chegarei lá.

Será?

Isso porque nós, mulheres de trinta e poucos anos de hoje, decidimos viver a vida com uma deliciosa e saudável pitada de Síndrome de Peter Pan. Estou errada? Olhe pra você. Você tem uma carga semanal inimaginável de trabalho, mas tira a quarta à noite para sair com “as meninas”.  Segura a onda com as contas, mas tem sempre uma lingerie surpresa pra adoçar sua vida com o cara de tantos e tantos anos de hoje. Impossível comparecer a todas as reuniões e apresentações da escola, mas sentar no chão da livraria, fazendo vozes pra dar realidade aos contos que divertem vocês dois igualmente é um prazer de que não abre mão. Você veste rosa e usa  tiara de lacinho no cabelo e sua apresentação sobre aquele novo projeto no trabalho é, ainda assim, um sucesso. Incrível como sabe muito mais sobre dinossauros do que em qualquer véspera de prova de ciências no passado. Você lambe a tampinha do iogurte. Anda de patins no parque e lê livros sobre estórias que gostaria que acontecessem. Curte os games do celular e, sem fazer segredo, mantém sempre a gaveta do criado mudo munida de papel e lápis de cor.

Você desenha com giz de cera no box durante o banho. E pode ser que nem filhos tenha. Dá um jeito de jogar frescobol com os sobrinhos na praia e diz que o DSi faz parte de uma pesquisa para aproximá-la de seus alunos. Adora o McQueen e ainda acredita que é a cara da She-Ra. Contagiantes suas gargalhadas de satisfação ao rolar na grama na chuva, mesmo que tenha que refazer a escova.

Faz careta e dá língua pro colega de trabalho que acha um absurdo trocar o almoço pela unha. Você tem suas prioridades, ora.

Essa conversa passa longe de querer criticar o que foram ou o que somos. Eis aqui apenas uma celebração a mudanças. Uma homenagem àquelas mulheres que mudaram nossas vidas e nos transformaram no que somos. Um brinde a nós, que encontramos jeitinhos de transformar o que há de se viver no que há de se curtir.

Às Meninas de trinta e poucos anos.  

9.11.11

Apaixonite

O que é preciso para que uma mulher se apaixone?

Dia desses li algo parecido com “não nos apaixonamos pelo que o outro é, mas pelo que ele nos faz sentir”. Confuso, né? 
Já parou pra pensar nisso? O que a paixão envolve? Seria mesmo complemento e troca ou simples satisfação de seus desejos e vazios? Se amássemos somente pelo que as pessoas são, buscaríamos a perfeição sempre. E, se você acha que é a perfeição o que você procura, pense no último mocinho perfeito que você conheceu. Aquele que se aproximou na balada, te fez dançar a noite toda com sorriso largo na boca e depois te levou à porta do carro e esperou você sair.
Chegando em casa, você recebeu: “Chegou bem? Durma com os anjos.” “Gracinha, ele.”Quase tão doce quanto a da manhã seguinte: “Bom dia. Como dormiu minha princesa?””Aiii, que sortuda...uhuuu”. Te ligou à uma e perguntou se topava ir a um churras com ele, mas você já devorava sua super mega salada pós balada e disse que não. “Ai que burra.” Mas ele nem desligou e disse que te ligaria mais tarde pra ver se rolava filminho e bar a noite.

Lembra que, depois disso, você desligou o celular e até pensou: “que fofo, mas realmente preciso dormir hoje.” No fim do terceiro dia, fingiu tristeza e disse: “ai, porque não aparece ninguém legal par mim?”. Afinal, você só não respondeu as mil mensagens açucaradas diárias porque estava, realmente, muito ocupada. É, porque tempo mesmo você só teve pro Rafa,  com quem trocou números de celular mas que não conseguia encontrar o aparelho dele pra te dar um oizinho depois de uma balada mais animadinha na sexta à noite. Incrível como ele ficava esquecinho no sábado e domingo e se lembrava de você na terça à noite, quando queria ... colocar a relação de vocês em...hm, ordem. “Um fofo”? Não, "um Gato!"

Às vezes me pergunto se nos empolgamos pela paixão ou apenas pela possibilidade dela acontecer. Seria o concreto acessível demais e, por isso, desinteressante? Sejamos francas. Quando vemos nossas amigas reclamando da solidão, sempre nos pegamos dizendo algo do tipo: “Mas quando o Jacaré te ligou, você não atendeu." Ou “Por que terminou com o Thião? Só porque pegava no seu pé e queria te ver todo dia?”

E aí, as justificativas eram sempre bem argumentativas e fundadas:

“A gente não tinha muito em comum.”

“A irmã dele ficava ligando o tempo todo.”

“Ele nem sabia quem era a Amy.”

“A mãe dele mandava pão de queijo demais. Eu estava engordando.”

E, a top hit, “ele é grudento e bonzinho demais” que, na verdade, poderia substituir todas as outras facilmente, sem alterar o sentido.

 Assim, pergunte-se o que realmente procura, antes de destruir o coração de um bonzinho cheio de boa intenção.

Hahahaha... tá bom vai, essa foi boa. Quase te convenci.

2.11.11

Right here. Right now.

E foi assim que resolvi voltar. Depois de 11 meses de mudança, amigos pacientes, dois empregos diferentes, um analista brasiliense, rapazes que nunca são daqui e muita, muita saudade daquela vida. Da comida, da dança, do trabalho, dos rapazes, da chefe, dos colegas, dos vizinhos, do Centro e da Mãe de Santo. Da Wal e do Peroba – que fofo o Peroba. Do povo. Aaah, as pessoas que deixei por lá.

E,  mesmo sem querer mais fazer desse espaço uma pedra de confissão e divisão de segredos, sei que voltei porque, faz tempo, venho sentindo uma vontade enlouquecedora de admitir que sou, sim, FELIZ nesse lugar. Dizer que olho no espelho e vejo um brilho que reflete o quanto uma decisão ‘errada’ me mudou e o quanto mando cada vez mais nas conseqüências disso. Controlando ou completamente descontrolando meus atos assim, tipo só eu mesma.
Plantando e colhendo. Celebrando e me ferrando. Mudando.

Sempre ouvi dizer que a vida real era assim e, de repente, aqui estou eu, em todo gozo de minhas dúvidas e “certas incertezas”... Vivendo.

É estranhamente delicioso o simples dormir e acordar. Sem pensar. Café , banho, MENINO e trabalho, contas. Casa, balada, pessoas, trânsito – rsrsrs pois é, por aqui também tem.
Vejo o analista rir de mim. Divertido, pior.

E é  isso. É com isso que me preocupo. Trabalhar pra pagar. Pagar pra usar. Usar pra ARRASAR. E estou até aprendendo a guardar.

Choro, fico P da vida, grito sim. Claro. Você não?

Dou risada, faço burrada, fico embaraçada. Você?

Paquero, abro caminho, dou uma mancada...hahaha....

Sou EU, gente!

Eu cheia de novos planos. Pra amanhã, que sejam. Não vou transformar minha vida de um dia para o outro. Mas O AGORA terá, SIM Senhoras e Senhores, que ser MUITO BOM.

20.7.11

... all of mine ...




Que “o ser humano não é uma ilha”, todo mundo sabe. Que precisamos, em geral, do convívio com outras pessoas, interagindo, trocando idéias, concordando e discutindo, também não é novidade. Acontece que algumas pessoas são mais abençoadas do que outras no quesito qualidade do convívio. Se o simples fato de ter alguém que te ouça, com quem possa conversar, de quem possa discordar e com quem aprender, mesmo que no tapa...se isso já nos torna pessoas melhores, ou nos faz sentir mais amados, imagina o que é ter um elenco de Primeira Grandeza como AMIGOS.

Pessoas fracas e fortes. Mais e menos bonitas. Sofisticadas ou casuais. Fresquinhas como você ou terrivelmente incomodadas com sua “superficialidade”, mas que não disfarçam admiração ...Todas cheias de problemas, dúvidas e medos. Umas que ligam sempre. Outras que perseguem através de text messaging. As que cuidam de você no MSN. As que amam seus filhos quase tanto quanto você. As que são pau pra toda obra. As que choram com você. As que ligam pra dar bronca...e só pra isso. As que estão perto. As muuuitas que estão longe, mas que estão bem aqui. Teachers, contadores, da informática, economistas, chefs, donos de empresa, arquitetas, fisioterapeutas, donas de casa, os descolados do marketing, advogadas, gerentes, diretoras, doutoras, concursadas, as de RH, desempregadas, ofchans, pilotos ... Brasília, São Paulo, Salvador, Riachão, Curitiba, Brumado, Fortaleza, Barcelona, Roma.

As que já estiveram longe e hoje voltam a ser parte do aqui, desse momento.

As que ontem estavam por perto e hoje são protagonistas das fugas da realidade.

Amigos.

(an adaptation of http://thewworld.posterous.com/ October 25th, 2009)

3.7.11

Felicidade GG



Ser FELIZ nunca foi uma meta tão intensamente almejada. Tarefa tão complicada de ser ‘realizada’. Em família, na vida profissional, no grupo, em casa e, até mesmo, na vida religiosa – que felizmente voltou a ser ‘moda’ na “nossa geração”- precisa-se ‘viver intensamente’ o tempo inteiro. Todo e qualquer papel.

Para tanto, “executar” da melhor forma possível não é mais suficiente. Há de se fazer tudo da melhor forma que há, ou não faz sentido fazê-lo. A super mãe se sente péssima por não poder dar ao filho o último lançamento em vídeo games. A presidente da empresa se culpa por perder as apresentações da escola. A diretora de marketing não consegue imaginar o papel de mãe encaixando-se em sua rotina e, por isso, sofre...nunca conseguirá realizar o sonho da mãe de ser avó. Não adianta ser a amiga das horas difíceis, a que quebra todos os galhos e segura a onda da turma...se não estiver presente nos chás de bebê, “nem como amiga eu sirvo”.

Não adianta ser magra se o cabelo não for liso; ter um super emprego se ainda não tiver conseguido comprar o 'apê' pra morar sozinha; falar inglês se não “conhece o exterior”; ser bem casada se não tem filhos; ser linda e sexy se está sozinha; gostar de dançar se “não sabe” beber; comer sushi se não gostar de sashimi; ter mestrado se não for da federal; ser boa de cama se não souber cozinhar; saber se maquiar se não for MAC; ser mulher se não for amante; ser a melhor se não acreditar.

Então, se é pra ser assim, coma o sashimi e beba coca; tenha filhos e não se case; vá à Nova York e use a língua Mastercard; namore todos e não fique com nenhum; escolha trabalhar com o que ama fazer; saia de cara limpa, seja linda de filtro solar; compre outro par de sapatos, ou use o mesmo do verão passado; mime seu cachorro; use 40 e pouco...ou muito; realce os cachos e deixe a calça baixa mostrar suas curvas.

Seja mãe e amante, veja como será harmonioso.

Ganhe bem e não tenha vergonha disso. Compre o que quiser e, mesmo que não consiga comprar a felicidade, lute por ela.

Tenha medo e chore diante do desafio. Depois o vença.

Coma chocolate e corra atrás do seu cachorrinho no parque. Ninguém merece se matar na academia sem poder suar e parecer cansada.

Seja imperfeita. Erre. Procure ajuda, se precisar. Corrija.

Faça da imperfeição o seu charme. Seja você e baste pra você mesma. O ‘outro’ sobreviverá a isso...

... não, but Who cares?

1.6.11

Cidinha




Tonhão levantou cedo, jogou água fria no rosto, tomou café quente e fresco e saiu pra trabalhar. Ônibus lotado. Trocou palavras e risadas com Thiago, que pegava o mesmo carro que ele todos os dias. Saltou dois quarteirões antes do ponto da firma, pois havia exagerado no aperitivo na noite anterior: Fla x Flu na TV, amigos reunidos, mulheres e risadas na cozinha ... quartas são assim. Bateu o ponto e foi direto pro seu setor. Logo ligou suas máquinas e colocou os fones novos que Cidinha lhe dera fazia uma semana. O som de sua estação preferida logo abafou a poluição sonora produzida por seu trabalho. Sorriu largo quando ouviu a Roberta dizer que Ela mexe com as cadeiras pra lá, Ela mexe com juízo do homem que vai trabalhar. Viu o chefe passar com cara de poucos amigos. Ele parecia esbravejar algo bem ruim enquanto seguia o coitado do Lucinho. Mas Tonhão gostou de ter a impressão de ter ouvido o chefe dizer que Todo mundo fica louco e o seu vizinho também. Suou, cansou, almoçou baião com carne seca ... hummm. Eh, Cidinha. Voltou às máquinas e suou mais ainda, dessa vez, ao som de Caminhando na ponta dos pés, Como quem pisa nos corações, Que rolaram nos cabarés. Nem viu o tempo voar e, de repente, estava no sofá, suado, tentando descobrir se a greve dos trens estava confirmada para o dia seguinte. Pegaria carona com o Zé, acordaria mais cedo. Banhou-se. Jantou sopa. Comeu goiabada cascão com queijo. Adorava aquilo. E adorava saber que Cidinha serviria sempre seu doce favorito após o jantar. Cidinha sorriu e desmontou Tonhão ao puxá-lo pelas mãos grandes e ásperas, como se o ordenasse que a tirasse dali e a amasse loucamente. Tonhão levantou, sorriu, baixou seu olhar na direção de Cidinha. Amou. Cidinha suou, gritou, aquietou, dormiu. Acordaria cedo no dia seguinte para preparar o café do seu Tonhão.

18.5.11

dor

Uma apunhalada no estômago. Como se uma mão tivesse adentrado seu corpo para não sair até que a última gota de resistência e vida fosse dali extraída. Sentiu gelar seu pescoço, queixo, boca. Achou que fosse perder os sentidos quando deixou sua cabeça cair sobre os joelhos e teve a sensação de ter o sangue voltando a circular. Assim que voltou a respirar normalmente, a visão voltou a sua mente. Cordas apertavam sua garganta, sangue parecia jorrar de seus olhos. A mandíbula travada. Sentiu um amargo transbordar de sua boca e nem tentou engolir o que o teria, talvez, feito desistir de uma vez. Tentou berrar como quem odeia o que ainda vê e odiou mais. Quis matar. Morrer. Explodiu. Desmoronou. Pediu. Implorou. De nada adiantou.

10.5.11

When you are not enough...is it worth it?

This text was written on October 4th, 2009 ... just felt like posting it again...

É muito comum ouvirmos pessoas que alegam estarem sozinhas porque ninguém as aceita como são. É a muito saidinha, a independente demais, a que não abre mão das noitadas, a que ama os amigos, a que prioriza a carreira, a pudica, a que nasceu assim e vai ser sempre assim. Dentre esse grande número existem, em quantidade não tão menor, aquelas que, em certo momento decidem mudar seu comportamento, ideologia ou "lifestyle" para, assim, conseguir agradar alguém e mover um passo em direção à felicidade a dois. Mas até onde vale a pena mudar por alguém que simplesmente não te aceita como você é? Quão especial é esse Ser que te faz lutar com todas as forças contra o que você tem como essência, simplesmente para tê-lo a seu lado? E quanto à estória de que "os opostos se atraem"? Por que não simplesmente assumir que ama o diferente e começar por aceitá-lo como é? É demais esperar isso de alguém a quem se quer tanto bem? Sim...porque, quando nos consideramos um problema que necessita correção ou solução, estamos considerando que o outro é alguém que vale muito a pena, e por quem seríamos capazes de abrir mão de um pouquinho de nós, para sermos mais aceitáveis, apresentáveis, amáveis ou, em alguns casos, toleráveis. Isso pode parecer meio egoísta, ou até mesmo soar como uma ponta de dor de cotovelo...pode sim, mas prefiro acreditar que, às vezes, temos sim que ser um pouco "sou mais eu" e mandar um "quem não me ama, não me merece". Uma figura cujo o nome vale muito mais do que qualquer palavra que eu ouse dizer sobre esse assunto disse que "entre as diversas formas de mendicância, a mais humilhante é a do amor implorado." E quem sou eu para dizer o contrário? Bju e boa noite...