31.12.10

Feliz Ano Outro!!!



Que se mantenham os Amigos. Velhos, antigos, de ontem e sempre. Companheiros e Verdadeiros que são, nas boas e nas más.
Que fiquem as idéias e ideais que nos fizeram felizes e fiéis ao que somos e ao que nos d’a o alimento que faz a alma permitir que o corpo prossiga.
Que os mesmos sejam os prazeres vividos e divididos com quem amamos e admiramos. Com os “Bonecos da prateleira do meio”, sempre indispensáveis e de agradável presença.
Que fique sempre o desejo por descobertas e encontros. Que esse desejo exista para sempre. Velho e bom...desde sempre.
Que não mude o AMOR que sentimos pela Vida e que fingimos ter perdido a cada tropeço bobo que levamos no percurso. Ah, que “os da terceira prateleira” estejam sempre por perto para mostrar o quão pequeno foi o tropeço.
Que surjam sim mais amigos, mais amores, mais amantes, mais desafios e até dissabores, imprevistos, que sejam. Mas que nem tudo seja NOVO, pois na Vida há sempre muito de TUDODIBOM que levamos do que conhecemos, aprendemos, enfrentamos e com o que até nos decepcionamos, mas que nos fazem ENORMES e únicos.
Então, decida você se o viverá como se fosse o primeiro, o único ou o ultimo ano de sua vida. Apenas Viva 2011 com todas as suas forças.
E que ele venha com tudo.
Feliz 2011!!!

30.12.10

Anxiety



Quem está acostumado a ter o controle de toda situação sabe a dor inexplicável que é estar em território desconhecido. A habilidade de fazer mil coisas ao mesmo tempo e ter a certeza de que no final tudo sairá como planejado, pois o processo está em suas mãos, dá ao control freak a sensação de que todo o universo é palpável e que tudo estará sempre na mais perfeita ordem.

Mas, o que fazer quando o passo seguinte não depende só de você? Olhar para o lado e ter que admitir que contar com alguém é, além de admissível, a única alternativa no momento? À frente, apenas a incerteza do que pode acontecer e a dúvida a respeito de como suportar esse tormento.

Há quem sofra com a mesmice. Há quem enlouqueça perante a falta de rotina e CONTROLE.
Como saber distinguir entre conforto e controle? Até aonde vai a necessidade de conhecermos o território em que pisamos? O inimigo que enfrentamos? O amor que encontramos? O sonho que vivemos?

O que dói menos: o “será que devo?” Ou o “eu não deveria ter?”.
Quem inventou a tal da ‘’zona de conforto’’? O ‘’porto seguro’’?
Conforto? Ou Controle?

Há certas habilidades que só são desenvolvidas quando se fazem necessárias, dizem. É a mulher que pari e logo desenvolve o instinto materno para cuidar de seu filho; do mesmo jeito em que o viúvo o faz, por assim ser necessário. A criança que, ao tornar-se adolescente, logo trata de aprender a se virar sem os pais, pois a independência vai dando-lhe ar de responsabilidade e reconhecimento. O novo gerente que logo trata de descobrir razões para reuniões e projetos, a fim de fazer jus à confiança que lhe foi dispensada.

Assim, então, espera-se que também o faça o controlador. Que aprenda a trabalhar com o inesperado, com o elemento surpresa. Que se deixe levar por emoções e, até quem sabe, dissabores frutos de escolhas mal planejadas e intempestivas.

Que se deixe viver. Que pague pra ver.

Será?

21.12.10

O sabor da conquista




Hoje pela manhã vi um flash de uma entrevista com ‘bonitinhos’ da TV a respeito de “Pessoas que tem a pagada boa”. Todo mundo fingiu que o assunto foge completamente ao apelo sexual e falou-se apenas em bom papo, olhares e, no máximo, boa química entre o casal. Okay.
Lá pelas tantas, a pessoa entrevistadora começou a falar na “Pegada Feminina” propriamente dita e quis saber se o tema tem algo a ver com a coragem ou disposição das moças em ‘chegar junto’, ‘dar o primeiro passo’, ‘approach’, ou seja, colocar a fila para andar. Sorrisos à mesa, e algo foi dito a respeito do fato de a mulher ter descoberto que pode sim dar o primeiro passo, o que é algo positivo, segundo ao moçoilos – se é que entendemos direitinho, mas que o que vale ‘é o sabor da conquista’.
Hoje em dia, existe uma corrente que admite que todo o frisson de se ter alguém acaba no exato momento em que você o conquista. Explico: Você, pessoa, por alguma razão, interessante, é vista e desejada por alguém. O outro lado investe e ‘realiza’ que não foi correspondido. Inicia-se aí uma caçada em que o objetivo final é, sim, sim, A Sua Pessoa. “Que delícia”, você pensa. Hmmm, tá. Depois de resistir um pouco, pensa: “Poxa, essa pessoa deve ser legal e só pode estar mesmo a fim de algo bacana”. E cede. Sai com a figura. Doa-se um tiquinho. Descobre que realmente é possível passar um tempo e ver qual é.
“que todo o frisson de se ter alguém acaba no exato momento em que você o conquista”. Lembra? E aí acabou o encanto. O que valeu mesmo foi a arte da conquista, ou melhor, o sabor.
Então, a brincadeira é assim: O rato foge do gato. Que enlouquece por querer muito o roedor. Este, por sua vez, enlouquece pelo fato de ter que viver correndo de seu objeto de desejo...por simples medo de perdê-lo.
Confuso. Real.

16.12.10

O Colecionador




Léo colecionava pessoas. Tinha em seu quarto prateleiras e mais prateleiras repletas de figuras ilustres e ordinárias, todas misturadas, sem muito critério de organização. Femininas e masculinas, como se o propósito fosse realmente apenas o acúmulo, o número, a quantidade.
Um dia, questionado por uma criança que não entedia o porquê de um adulto colecionar ‘brinquedinhos’ assim, Léo falou de seus ‘bonequinhos’. Disse o quanto a coleção era rara e o quanto havia sido prazeroso e, ao mesmo tempo, trabalhoso levantar aquele número.
“Há quem me divirta com sua tolice e ignorância. E a esses nada mais devo do que a última fileira da prateleira lá de baixo. Aquela sem destaque algum. Que ninguém enxerga e na qual ninguém quer mexer.
Os que apenas me seduzem por tamanha beleza ficam ali, veja bem, logo a sua frente. Mas bem no alto, pois lindos e plasticamente perfeitos, logo me cansam com sua obviedade e não mais agüento mira-los diretamente. Os vazios estão nessa mesma prateleira, mas na fileira lá de trás. Nem podemos vê-los, percebe?”
A criança achou que começava a entender aquela idéia absurda e prosseguiu, “Você deve gostar da prateleira do meio.”
“Agradáveis são essas aí. Estão sempre acessíveis e é muito bom que assim seja. Trazem-me conforto e segurança. Lutei e lutaria novamente por elas. Não mexa. Deixe-as aí.”
“E por que aquela está vazia? Também, logo abaixo da janela?”, curioso.
“Ah, criança. Ali é o lugar dos escorregadios. Dos que a mim intrigam a cada momento e por quem luto ao mesmo tempo em que deles fujo. Nessa prateleira está o que me desafia e o que me tenta. O que quero e do que corro. Há dias em que está cheia. Hoje está tudo bem. Está tudo tranqüilo.
Agora vá. Brinque com seus próprios bonecos.”