25.3.11

Uma estória emprestada



Joana acreditou em cada palavra dele. Estava ali para, desta vez, ficar.

Programou-se então para assumir sua condição e gritar a todos sua histeria em ter encontrado um novo amor, ou, ao menos, uma paixão avassaladora que a fazia, já há algum tempo, sentir-se viva novamente.

Pensou e repensou se era mesmo a hora e melhor forma de mandar por água abaixo tudo o que colhera em mais de duas décadas de um relacionamento que, um dia acreditara, seria para sempre.

Planejou e decidiu como seria o fechamento da estória. Pensou e repensou suas palavras com o cuidado de quem coleta pedras já pensando em seu processo de lapidação.

Pensou e repensou as reações de seu parceiro, destruído por dissabores que a própria vida já lhe proporcionara. Chorou. Reconsiderou. Sabia que seria difícil, mas valeria à pena. Tratava-se de sua libertação. A recompensa seria aquele novo amor. Seus dengos e ‘benefícios’.

Ouvira dizer, através de uma amiga recente, que a dor seria, sim, inevitável.
Dolorido, traumático, sem volta. Pensou e repensou...

Afinal, ela era mais do que merecedora daquela recompensa. Liberdade. Ele era louco por Joana. Perturbava-a dia e noite. Cobranças por comprometimento. Desejo de estar junto.

Ela teria sim, que livrar-se de seu passado para, finalmente, mergulhar naquela orgia de sentimentos e sensações que a nova aventura tanto prometia.

Não mais pensou. Tentou. Questionou. Precisava ter a certeza de que...

Aaaah, Joana.

Chorou. Descobriu o que, apesar de óbvio, ela mesma fizera questão de mascarar... A verdade.

Cafajeste. Esperto. Fraco. Pouco. Um merda.

Um outro dia, Joana. Uma outra estória e, sem dúvida, um novo começo.

20.3.11

Um post inho



Hoje me deu uma vontade louca de escrever. Na verdade, o que eu queria mesmo era ter podido gritar. Não sabia, no entanto, ao certo sobre o que seria o tal post. O que era pra ser escrito hoje. Esse aqui, acho eu.

Poderia ter escrito sobre a saudade do Pequeno quando ele vai ver o Pai. Ou sobre a preocupação com a Cruz acamada.

Falar da Flávia Caló essa semana daria pano pra manga. Comentários por email. Sucesso seria também publicar a resenha da vinda da Má ao Brazil...com todos os detalhes das conversas na chaise e no tapete de listras.

Pensei em falar do mocinho que, literalmente, me fará voaaaaaar...ainda mais...rsrs Mas é feio, ele. Gosto não. Gosto mesmo é de noites de casa cheia como as duas que aconteceram no final de semana. Gente linda, risadas, brindes...

Cogitei jogar purpurinas na vinda e discurso bem estudado do Obama, mas todo mundo já o fez no FB. Se ainda o tivesse feito antes da Maria da Luz... :-)

Quase falei da estranheza do que finge indiferença, mas preferi entender seus motivos. Sempre o faço...com todos; mas minha arrogante paciência não mais interessa a ninguém, muito menos a mim, que tanto tento exterminá-la, cansada de tanto engolir e esperar que se acalmem. Chega de sapos.

Poderia falar das confusões da Luluzinha, mas correria, assim, o risco de aumentar o ibope dela... disputa é disputa, Lu.

O encontro com ele não mais tem rendido rendas e laços e não seria sobre isso que, hoje, eu escreveria.

Parabéns para a Marina que é agora casadíssima. E para a Lora, que será a próxima.

Falar da saudade que sinto parece incomodar uns e outros. Afff...o lance é não sentir, então. É isso? Voltaria SIM. Amanhã, se pudesse. Mas não posso. PONTO.

Resolvi então não escrever mais, uma vez que o que eu queria postar aqui é, ainda, assunto proibido. Fica aí, então o rabisco. Só pra constar.

10.3.11

Aceitação




E se de inquietação e sufoco eu depender para viver? E se for essa agonia o que me move, o que me faz respirar? E se disso dependo eu para tirar a força, a pressão de que sempre precisei para fazer minha vida mover-se, realmente acontecer e fazer valer meus momentos?E se inútil for correr atrás dessa paz e quietude de que sempre fugi? Aonde chegarei se continuar nessa busca constante por tudo aquilo que tanto me feriu o ser e que me fez quase explodir de aflição por ver meus dias simplesmente começarem e terminarem, só passarem, em ritmo de tum-tum em quarta-feira de cinzas?
Não...isso não.