20.9.10

He's my thing...


Matropolitan Museum of Art, NY


O caipira picando fumo, Almeida Júnior, 1893


O Violeiro, Almeida Júnior, 1899

“Mamãe, não parece um museu? Parece a Pinacoteca. Pra mim parece. O que tem lá? Ué? Tem a Fonte das Nanás. Dá pra ver é? Na internet? Isso. É essa mesma. Ah, tem O Brasileiro. Olha só, O Caipira picano fumo (coloca uma letra maior, mãe). Ah, vamos ver se a gente acha O Violeiro. Alô, Pai. É. A Fonte das Nanás, O Brasileiro, O Violeiro, O Caipira picano fumo. Não, nunca vi um. Seu tio? É mesmo? Puxa. Beijo. Te amo. O que é texto? Blog? Mas esse vai escrever comigo? Ebaaaaa. Textoooooo.”

É... ta na hora de acordar e cair na real. Já deu. Shame on me!

7.9.10

Madness



Tinha pavor à mussarela de búfala e carpaccio. Nunca via graça em laços cor de rosa. Os livros do segundo grau ‘tinham que ser lidos’ e não havia muito que se fazer a respeito. Dançava ‘axé’ e passava batom e só. Usava muito perfume não. Seria diplomata e me casaria depois dos 30. Achava que casamento fosse coisa que durasse pra sempre. Bebida era vinho tinto e suave e pouco. Pessoas eram verdadeiras e do bem. Filhos deveriam ser muitos para encher uma casa... Imagina isso. Morreria ao lado do meu primeiro amado e seríamos velhinhos lindos. Cachorro? Só da porta pra fora e sem pular demais. Amigas tinham que estar aqui to be really there for me. Saltos doíam e brincos machucavam muito. Nossa como era carente e dependente. Fraquinha e medrosa. Sucesso só com uma mão a mais. Estar só era algo a se temer e evitar a qualquer custo e, pior, a daminha era simplesmente a menininha Linda que um dia deixaria de me olhar com olhos de admiração e não mais precisaria contar comigo ... HÃ???

5.9.10

É buniTinho




Adoro línguas. Idiomas, dialetos, regionalismos, sotaques. Adoro linguagem. Corporal, escrita, falada. Adoro gente. Negros, brancos, amarelos, altos, baixos, bem ou mal humorados.

Fico absurdamente fascinada com a variedade da cultura lingüística brasileira. Brasiliense de nascença, relaciono-me muito com nordestinos, mineiros, e com o povo do sul do Brasil. Hoje, morando em São Paulo já há cerca de 7 anos - já?- é encantador observar toda a salada que ouço e leio e como e visto. É lindo de se ver e ouvir e comer e vestir.

Acontece que acredito que um pouco desse fascínio esteja ligado à minha profissão, ao amor pelas letras que, não se engane, eu não domino. Na verdade, quando paro para observar a reação das pessoas a essa mistura, sinto mais o fervor do preconceito lingüístico do que o da admiração.

Por que não adorarmos o fato de que a cultura Brasileira tão rica é devida, também, a essa variedade de diferentes registros?

Gargalho prazerosamente por dentro ao ouvir o ‘r’ do mineiro lutando contra o do paulistano ou do paulista de Piracicaba ou de São José, todos diferentes uns dos outros e igualmente únicos. Delícia igual é saber que o pão de sal de Brasília é tão saboroso quanto o cacetinho de Riachão do Jacuípe, na Bahia.

O leiTE quenTE do sul do país pode ser servido pela TITIa de Natal e continuar igualmente saboroso, enquanto o Paulistano não vai rodar por aí sem a CNH, não importa se carta ou carteira.

Então, não mais façamos cara feia. É tudo assim, ‘buniTinho’, como dizem os piracicabanos.

Broken




Há algo com o que devo concordar antes de começar esse texto: o álcool funciona sim como uma ferramenta ‘amiga’ na hora de encarar o mundo real e os desconhecidos. Digo isso porque não posso prosseguir aqui sem antes deixar claro que euzinha estou incluída na lista dos culpados, ou talvez melhor chamar de vítimas. É claro que há níveis diferentes tanto para a necessidade quanto para o efeito da bebida.

Mal comecei o texto e acho que ele está soando chato. Não se trata de dar lição de moral ou qualquer coisa parecida. É que é assustadora a quantidade de pessoas próximas que vejo alteradas e perdidas com o efeito do álcool.

Modéstia à parte, costumo selecionar bem as pessoas com quem me relaciono. Amigos e affairs são, em geral, pessoas do bem e, muito além disso, cabeções, como costumo chamá-los sem que saibam. E daí, presenciar a alteração dessas pessoas após uns bons copos de qualquer coisa que pareça uma salvação é, no mínimo, lamentável, para não dizer revoltante.

É egoísta até a forma através da qual encaro tudo isso, mas é que tudo o que mais admiro nas pessoas parece simplesmente desaparecer com um ‘porre’. Seu brilho, genialidade, a companhia prazerosa. Tudo pro ralo.

Um copo, 2, 3 e perde-se a conta. Que poder é esse que nos invade e ao mesmo tempo nos devora as forças, tornando-nos, por vezes, os bobões da noite, o motivo da risada do dia seguinte?

Mais uma vez, afirmo fazer parte dos aqui descritos, apesar de saber até aonde o comprometimento da minha ‘sanidade’ vai, e de saber, pelo menos ainda, quando parar.

É que é muita gente boa ‘indo pro ralo’.

24.8.10

Mirror





When it comes to love, the question that has been driving me completely nuts does sound cliché, although no one has ever been able to satisfactorily answer it. How much does one need to love themselves in order to have others love them? Or, how much do we need to love ourselves in order to be ready to let ourselves be loved by somebody else? “I do love myself”, one may say. But what does that really mean? Does it mean that you love who and what you are despite all the flaws that only mom is able to put up with? That’s easy. That’s what moms are for. Do you think you love yourself because nobody is able to talk you down and, even if they do, you won’t feel affected by that? That’s disguised low self esteem. Sorry. Do you wear the best clothes and the most modern lotions and clays? Spend a lot of money and time on treatments and fitness programs? Are you what you eat? Are you good stuff, then? When did you last spend some quality time with a good friend doing nothing but enjoying being there? How much do you spend on good reading? Money and/ or time? What was the last book you read? How much did it touch you? I mean, has it? When did you last undergo a health checkup? Did you follow your doctor’s advice and prescription? Still do? Look at the mirror now. Like what you see? Call 5 friends now. I mean, real ones. You have 5 of them, right? Ask them how they think you face your real life, success and flaws. Have the guts for that? …………. Hmmm……. didn’t convince me. Anyway, you love yourself….I’m sure you do.

13.7.10

What do love and forgiveness have to do with leadership?



Enquanto as pessoas "normais’’ assistiam à final da Copa do Mundo no último domingo, apaixonei-me ainda mais e completamente por ambos ator e figura humana, muito mais do que política, que invadiram minha sala e confirmaram a certeza do acerto de ter adquirido a minha chaise.
A estória parecia ser previsível, assim, meio Remember the Titans (which I love, by the way) mas o fator realidade aliado à atuação do Morgan – é assim que nos tratamos, eu Cê, ele Morgan – fazem do filme um programa sem grandes intenções, mas surpreendente. Valeu apostar na direção.
Sinto muito pelos que não sabem estar só e curtir a boa companhia que são, ou deveriam ser. Não fosse tanta desordem pessoal, o vinho teria sido um grande e o único companheiro aceitável. Só que isso é assunto para um outro post.
Bottom line: The movie is great. Let me know how you like it.

23.6.10





"Um guerreiro valente que cuida da gente que sofre demais

Ele vem de aruanda ele vence demanda de gente que faz

Cavaleiro do céu escudeiro fiel mensageiro da paz

Ele nunca balança ele pega na lança ele mata o dragão

É quem da confiança pra uma criança virar um leão

É um mar de esperança que traz abonança pro meu coração"

21.6.10

Dia desses sonhei...



...que minha festa seria de bailarinas. Vesti tule rosa rodado, lacinho de fita no cabelo e sapatilhas nos pés.

Quis escrever, falar de sentimentos, inventar estórias. Derramei lágrimas sobre a máquina que recebi de Freire Noel, muito antes da puberdade.

Fui convencida a desejar dançar entre 15 casais. Um mundo lilás cheio de mãos diversas que não as minhas. Lindo. Nada a mim lembrava...mas menos me arrependo do evento do que seria sentir hoje o vazio de não o ter feito.

Prometi que estaria sempre entre as melhores. E meu nome na Escola nunca passou batido...mas, enrolei-me toda na universidade...cheia de dúvidas.

Depois desejei...e muito fui desejada. Posso dizer que poucos me tiveram. Só os que eu quis que me fizessem amar e sofrer.

Amei muito. Desejei estar junto para sempre. Vivi, sorri, gargalhei junto. Fui FELIZ. Fali...errei...perdi...me deixei perder. Acabou.

Exigi, então, pela primeira vez, me fazer Mulher. Dona de mim, Forte, Capaz. Já me sinto vitoriosa, mesmo que ainda cheia de medos e incertezas. Que tesão arriscar-me sabendo que o sucesso ou fracasso está em minhas mãos.

Ainda sorrio, dou gargalhadas, estalo os dedos de maneira nervosa e desejo muito ouvir da Margarida que estou fazendo tudo direitinho.
Ela nada diz.

5.6.10


A semana do dia dos namorados no Brasil - ecaaaaaaa, tou bem com isso não; será precedida pelo maior evento rosa-colorido do país, um dos maiores do mundo. Desde 1996, a Avenida Paulista recebe todos os anos a Parada de Orgulho Gay. Hoje de manhã fui pegar uma amiga no aeroporto e fiquei empolgadíssima. Pessoas vindas de todos os cantos do país, acredito eu. Gente de todas as cores, formas, descendências, crenças e, provavelmente, visões políticas. Todas irradiando uma empolgação contagiante. Uma felicidade por estar ali, chegando com malas cheias de estórias e de vontade de curtir um momento em que podem gritar quem realmente são. A novidade: As pessoas que ali ''assistiam'' os desembarques pareciam contagiar-se como eu. Não vi olhares ''de lado'' ou coisa pior. A cidade inteira parece preparar-se para vestir-se de rosa pinkíssimo amanhã. Diversão, Sexo Seguroooo, Muito beijo na boca e Gritos livreeeees. É o que desejo à toda a galera GLS. E rezemos, todos, para que esse momento de respeito também saia do armário e faça parte da vida real.

31.5.10

''I'm loving it''

Tenho andado meio sem ter o que dizer...apesar de estar sentindo tanta coisa. Só que hoje bateu uma vontade de escrever.De escrever sobre algo de que posso falar com certa propriedade, rumor has it. Tem gente que diz que atraio. Outros dizem que ''amo de paixão'' demais...todo mundo. Há quem diga que é porque sei cultivar e blá blá blá. Mas a questão é que simplesmente amo pessoas. Amo crianças e daí vem a explicação da satisfação que dá correr feito louca com e atrás dos meus pequenos em sala de aula. Amo quem precisa de mim e quem me completa. Amo até uns que encontram na crítica a melhor forma de retribuir meu amor. Hoje comecei a lembrar da época em que não desgrudava da Ju Camargos no Marista. Da Iandra. Da Dany gêmea do Denisson. Da Sandra, da Tatiane, da Keila- com quem, acreditem, até fumar fumei. Há influência pra tudo. Quando conheci a Má, foi tenso. Muuuuito tenso. O que atraia tanto naquela criatura difíiiiiicil de acreditar. Quanta risada no ''Harris'' a caminho de casa, Má. Lembra? Asa Sul - Tagua York. Cuidei da Sy no começo me achando, né? Como se ''aquela criaturinha pitchuquinha'' precisasse de qualquer cuidado. Lembra do Carnaval diet que passamos em Jundiaí? Programa de índio, que só Cia de primeira consegue salvar. Alguém se lembra da Paola? Bendita italiana que fazia macarrão na TV? Morou lá em casa uns meses...quantos quilos a mais...quilos de compras, de crepes, de molho, de Road House, de Porcão...quilos de risadas, quilos de lágrimas. AMIGA (ponto). Manu é da turma de confidências. Encontros, ligações e transmissão de pensamento. Cumplicidade. Ione é a sumida que está sempre ali. É só estalar. Virei amiga da Dinda, que nunca soube que amava tanto...e de quem sinto muita falta hoje...estranho. Em 2007, encontrei uma alma gêmea que até meu casamento abalou...hahaha. A Dai era meio que minha imagem no espelho. Uma tremenda endoscopia.Coisa louca. A Bruxa Má dia desses disse que me amava. Valha-me Deus, entendi nada :P. Sampa trouxe-me sagradíssimas pessoas. Pessoas que, nesse texto, aparecerão sem nome pelo simples fato de que o buraco que hoje me consome é o da saudade daquele povo da Terra seca e fria. Linda. Do céu mais azul e ''perto'' que já se viu. Dureza descrever saudade...mais fácil é nutrir, sentir...mais fácil e não viver sem.